segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A música é muito

agradável, e a paisagem ainda é melhor.
Isto seria perfeito se fosse verdade!
O que falta para ser verdade é a ausência de música. Quero dizer, de música física, ou melhor de ondas de rádio pois a música, essa está sempre na minha cabeça. Só que ás vezes só na minha imaginação e nesse momento era o que se passava.
Estava sentado a almoçar, repartindo alguns pedaços de queijo com os cães, enquanto me perdia absorvido pela beleza do que os meus olhos contemplavam avidamente.
A música, essa era a “Women of Ireland” que tinha acabado de ouvir antes de sair do escritório, mas não estava completa. estava só no interior do cérebro, não estava nos ouvidos. Nada é perfeito!
O sol aquecia-me a parte da frente do meu corpo enquanto que nas costas sentia alguma frescura, proveniente da minha própria sombra.
Sentado num banco corrido de madeira, e sem encosto mantinha-me em equilíbrio, como forma de poder aproveitar aquele sol de primavera que custava a chegar mas que não fosse o termómetro, parecia já aí estar.
Eram estes dias que eu tanto tinha esperado, e daí para a frente as prospectivas adivinhavam-me bem promissoras.
Não tardaria estaria a sentar-me naquelas pedras que tão bem conheço e a desfrutar de uma massagem de água fresca do rio que batendo com tanta força nos meus ombros, e costas me aliviariam do inconveniente das dores de pescoço e mesmo das ameaçadoras vertigens que simultaneamente me afligem e agradam...
Habituei-me a essas vertigens ou melhor, habituei-me a me habituar de forma que quando elas ameaçam aparecer eu sinto-me como que num corrupio de sensações estranhas que escolhi como fossem boas! É como um miúdo que vai andar de carrossel e que ao mesmo tempo que tem receio de cair, sente-se fisicamente satisfeito com aquela sensação de perda de equilíbrio!
É um hábito ou escolha que me permite passar por essas crises sem prejuízo psicológico, penso eu. Pelo menos funciona, isso é verdade.
Mas esta pausa do nada ou tudo fazer, é um dos momentos mais esperados do dia, esta e a seguinte, que se tudo correr bem como espero, de seguida irei para a varanda do escritório, com um copito de whisky e possivelmente “endormeçer” (isto não deve existir mas é o que eu chamo a fazer uma siesta, meio a dormir meio acordado) enquanto que ia pensando, idealizando o que iria expor no próximo mês. Quem e como. Isto, sempre desejando que uma personagem não me brinde com alguma aparição... que isso estraga-me o mês todo!
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Pois, isto meus amigos era o que se passava em tempos normalmente anormais, e era tão bom que foi com o que hoje acordei a sonhar! Mas já não acontece, só mesmo em sonhos. Mas que era bom, era.....